Reflexões otimistas a respeito do PAC

O Programa de Aceleração do Crescimento, anunciado nesta semana pelo Governo Federal, têm sido (merecidamente) bastante criticado na imprensa - pela ênfase no papel do Estado como propulsor do crescimento, pelo compromisso reiterado com o crescimento das despesa com pessoal nos gastos da União, pela lógica bastante questionável das projeções apresentadas, etc...
Em todo caso, há sempre razões para justificar alguma esperança, ainda que corramos o risco de sermos considerados irrealistas ou inocentes. Aqui vão algumas delas:

a. Não conheço (pessoalmente) NENHUM economista - dentro ou fora do governo - em Brasília que leve à sério as projeções de crescimento do PIB que permitirão a melhoria significativa do quadro fiscal, como nos foi apresentado. É, portanto, um típico "me engana que eu gosto!", que acabará levando o governo a contigenciar recursos para o próprio PAC ao longo de 2007;

b. O próprio fato de o Ministro da Fazenda apresentar números que mostrem qualquer consideração à "coerência fiscal" do PAC... isso JÁ é alguma coisa;

c. Ainda que o superávit primário EFETIVO das contas públicas se aproxime de 3,5% do PIB, o impacto das reduções na Selic - já realizadas - permite trajetória medíocre porém estável ao déficit nominal e à dívida líquida do setor público.

Já com relação às razões para pessimismo, deixo-as para os leitores destas mal-traçadas linhas.

Beijing sinaliza: diversificação de reservas internacionais

Há alguns meses, em conversa informal com amigos economistas, propus que países emergentes como o Brasil - cujos Bancos Centrais têm sido forçados a comprar enormes somas de dólares para evitar contínuas apreciações das suas moedas nacionais - adotassem estratégias menos conservadoras de gestão das reservas internacionais. O ponto central do meu argumento: ultrapassado um determinado nível, o acúmulo de ativos de baixíssimo risco, como os títulos do tesouro americano, não traria benefícios. Reforçava ainda esse argumento com a idéia de que era possível diversificar e ampliar a rentabilidade da "carteira", sem que isso implicasse dano à imagem de solvência do país.

Não houve o que fizesse meus amigos mudarem de idéia: com reservas internacionais não se brinca! Pois bem, segundo o Financial Times de hoje, as autoridades chinesas começam a sinalizar que a gestão de seu US$ 1 trilhão de dólares de reservas internacionais pode ser mais... interessante!

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Economaia, registro pessoal de Luiz Maia, a nascer brevemente.