Reflexões otimistas a respeito do PAC

O Programa de Aceleração do Crescimento, anunciado nesta semana pelo Governo Federal, têm sido (merecidamente) bastante criticado na imprensa - pela ênfase no papel do Estado como propulsor do crescimento, pelo compromisso reiterado com o crescimento das despesa com pessoal nos gastos da União, pela lógica bastante questionável das projeções apresentadas, etc...
Em todo caso, há sempre razões para justificar alguma esperança, ainda que corramos o risco de sermos considerados irrealistas ou inocentes. Aqui vão algumas delas:

a. Não conheço (pessoalmente) NENHUM economista - dentro ou fora do governo - em Brasília que leve à sério as projeções de crescimento do PIB que permitirão a melhoria significativa do quadro fiscal, como nos foi apresentado. É, portanto, um típico "me engana que eu gosto!", que acabará levando o governo a contigenciar recursos para o próprio PAC ao longo de 2007;

b. O próprio fato de o Ministro da Fazenda apresentar números que mostrem qualquer consideração à "coerência fiscal" do PAC... isso JÁ é alguma coisa;

c. Ainda que o superávit primário EFETIVO das contas públicas se aproxime de 3,5% do PIB, o impacto das reduções na Selic - já realizadas - permite trajetória medíocre porém estável ao déficit nominal e à dívida líquida do setor público.

Já com relação às razões para pessimismo, deixo-as para os leitores destas mal-traçadas linhas.